APOIO AS PESQUISAS EM DEFESA E SEGURANÇA
Em uma situação em que o País precisa definir como sua Política de Defesa deve se adaptar à realidade internacional, e num quadro doméstico em que se torna urgente o aumento da participação civil nas questões estratégicas, as agências de amparo ao desenvolvimento científico e tecnológico, em particular o CNPq, a CAPES e a FINEP, precisam voltar suas atenções e prioridades para os estudos e pesquisas relativas às Forças Armadas, bem como aos variados temas concernentes ao debate estratégico. Os pesquisadores civis precisam ser apoiados a bem do planejamento estratégico que deve orientar o Estado brasileiro democrático. A Defesa e a Segurança constituem aspectos dos mais relevantes e complexos no novo patamar de relacionamento que se estabelece em nosso Continente.
Até bem pouco tempo, em nosso País, esses assuntos ficaram afeitos, quase que exclusivamente, aos militares, com evidente prejuízo para uma compreensão mais ampla, profunda e democrática das questões relativas à defesa e à segurança internacional do Brasil. Hoje, pesquisadores de diversas universidades e centros de estudos, têm condições de oferecer contribuições relevantes para uma percepção atualizada e aprofundada desses complexos problemas.
Recentemente, na Universidade Federal de São Carlos, ocorreu o I Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos da Defesa, ABED. Esta iniciativa, absolutamente inédita no país, congregou mais de uma centena de pesquisadores especializados. Durante três dias foram debatidos estudos concluídos e em andamento. Numerosos oficiais superiores das Forças Armadas participaram dos debates. Estudiosos de vários países estiveram presentes, seja como participantes ativos, seja como espectadores interessados no trato e desenvolvimentos dos temas abordados. A imprensa noticiou fartamente o evento. Em 2008 ocorrerá o Segundo Encontro Nacional da ABED na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Rio de Janeiro.
A CAPES, em parceria com o Ministério da Defesa, desenvolve hoje um pequeno e bem sucedido programa, o “Pró-Defesa”, de apoio a pesquisa acadêmica. Cabe assegurar a continuidade e a ampliação deste programa. O CNPq formou comitê de especialistas para analisar as propostas de pesquisas dos acadêmicos na área da defesa. Cabe, também, a essa agência, assegurar a manutenção do comitê, além de cuidar de sua necessária expansão.
É preciso, em suma, garantir-se políticas públicas que incentivem e apóiem a capacidade dos grupos de pesquisadores já formados, cuidando-se do estímulo à criação de novos grupos de investigadores, através de programas de pós-graduação e de bolsas de pesquisa.
A Associação Brasileira de Estudos da Defesa, ABED, está convicta de que os senhores ministros Nelson Jobim, Fernando Haddad, Sérgio Rezende e Mangabeira Unger, e em especial, os dirigentes do CNPq, CAPES e FINEP serão sensíveis ao estabelecimento de programas e mecanismos eficazes para amparar os estudos estratégicos relativos a Defesa e a Segurança no Brasil.
